terça-feira, 16 de abril de 2013

As cores do meu céu são feitas de tinta a óleo

          Deu no jornal que "tá tudo parado": a produção, o trânsito e meus batimentos também. Só o que permanece imutável são as esperas, os hiatos. Desculpe a franqueza, mas o espetáculo acabou, as cortinas fecharam e os aplausos acabaram também. Só quem continua sentado, imóvel, à espera de uma nova apresentação é quem realmente tem fé nos roteiros. E daí tem eu, no canto, que assiste o espetáculo pela primeira vez e continua lá, em transe, absorvendo tudo.
           De todas as artes, a que mais me transborda e ecoa pensamentos positivos são as cores do meu céu. Nem mesmo entre meus rins e em todas as trincheiras encontrei toda a segurança que encontro por lá. São seguras porque me é permitido sonhar um pouco acordada enquanto aprecio sua secagem lenta e as alterações do artista, características da tinta a óleo. A exceção que confirma a regra é tão convincente que nenhum crítico poderia questionar sua veracidade: a lua não me abandona.
             Nem mesmo a chuva e o vento podem varrer todo o esplendor e magnitude que vejo em minha tela. Dizem que a chuva pode destruir todo um império construído pelo sol, mas deixo que venham as tempestades. Afinal, quantas tempestades cabem numa chuva?

Nenhum comentário:

Postar um comentário