quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Poem

If I could I would
tell you that I should
have listened to you
when you told me to
let the wound heal
and the sky clear
and the stomach go back to normal again

If I could I would
call you right now
and ask you to stay calm
that I am almost there
and that I am being fair
and that I don't know where
you put my lungs again
because I cannot breathe
when I see you
when I watch you
coming in my direction
towards my reflection
asking if I'm yours this time.

If I could I would
tell you not to be rude
when you say that I'm not supposed to
love someone as if
I had nothing else to care about
as if I were upon a cloud
making it rain everywhere
even on you
even on us.

If I could I would
tell you to be patient
when I ask for a chance
to make things right
to paint all the fences
we built around our hearts
and to claim all the good memories
we lived that now
become art.

domingo, 22 de outubro de 2017

Apareça

          Apareça. Pinte meus dias, acalme minha alma, divirta minha mente. Assombre meu sono. Faz de mim uma escritora de textos felizes, de textos melancólicos, de textos carnais e amargurados. Faz de mim escritora. Ilumina a minha vida, acompanha minha morte. Apareça. Realiza os meus sonhos, apareça em todos os pesadelos. Liga todos os pontos que pintam minha pele. Segura toda a tristeza que recai sobre meus ombros, transfere toda a alegria para o lugar permanente de todos os dias. Tira de mim a ansiedade, deixa-me ensandecida de vez em quando. Toma a minha mão, dança comigo no chão em brasa. Limpe meu céu e queime meu corpo. Apareça. Cace meus instintos, pesque meus motivos. Traga-me, inspira-me, fuma-me. Embriaga a monotonia e relaxa minha loucura. Pega minha paranoia e coloca pro lado. Vinga o meu passado, exorciza os meus demônios. Fala latim com o meu coração silencioso. Tira de mim a inquietação enquanto me causa mais desassossego. Preencha os meus silêncios e os gritos mudos que vêm da garganta. Salva-me. Avassala-me.
           Liberta-me.